sábado, 8 de dezembro de 2012

As minhas leituras




                                                                           foto Benó


Lembrança minha do jardim de casa:
vida benigna das plantas,
vida afável e misteriosa
lisonjeada pelos homens.

A palmeira mais alta daquele céu
como um cortiço de pardais;
vide firmamental da uva negra,
dias de verão dormiam à tua sombra.

........

Jardim, encurtarei a oração
para continuar sempre a lembrar-me:
a vontade ou o acaso de dar sombra
foram as tuas árvores.


Estas são as duas primeiras e a última quadra do poema "Ao correr das lembranças" de Jorge Luis Borges, poeta, contista e professor de literatura nascido em Buenos Aires em 1899 e falecido em Genebra em Junho de 1986.

2 comentários:

Beatriz Bragança disse...

Gostei das imagens e embore tivesse encurtado a poesia,mesmo assim foi um prazer lê-la. Eu também adoro flores e plantas e, quando vou à aldeia, a casa dos maus pais,pego numa enxada e tento arranjar o jardim .Até a minha mãe, do alto dos seus 89 anos, gosta de se entreter com os seus vasos. E, planta em que toque,crescerá linda e viçosa.Obrigada por nos avivar a memória.Um abraço da Beatriz

Nilson Barcelli disse...

Jorge Luis Borges foi um grande escritor.
Não conhecia estes versos.

Benó, querida amiga, desejo que tenhas um Feliz Natal, extensivo aos que te são mais queridos.

Beijinhos.