segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A terra treme





A terra tremeu, a terra treme, longe, noutros mundos.  Onde se erguiam casas há escombros, ruínas. O desfazer de lares que eram abrigos traz as gentes para a rua assustadas, temerosas.  Perante uma causa que desconhecem apelam para o divino, clamam ao além, levam as mãos à cabeça sem perceberem porque tal lhes acontece. Fogem, talvez de si próprias sem saberem se o seu mundo voltará a tremer. Não sabem para onde ir, nem como se proteger.


Abandonadas pelos caminhos ficam as pedras, restos de paredes, de tetos que albergaram risos, alegrias; pedaços de chãos que suportavam o peso das mesas onde não faltava o pão de cada dia, a água, o vinho.


Mas depois de terem perdido todos os seus bens materiais,  restará a esperança, uma corda de salvação para se agarrarem com a força necessária para recomeçar, para refazer os sonhos, uma nova vida, mesmo que a família tenha partido e o isolamento seja a única companhia.
Aprenderam que nunca é tarde.
O querer fará a fénix renascer.

2 comentários:

Justine disse...

Para trás ficam bens e vidas, mas para a frente está o futuro - e é isso que sempre nos dá força!

Ana Freire disse...

Uma realidade... que se tem verificado inúmeras vezes em Itália... mas de que ninguém está livre!...
E este ano, já senti um abanão bem forte... que se fez sentir no Canhão da Nazaré... 6.1 fiquei depois a saber... senti-o um bocadinho ao lado, na Ericeira...
Uma realidade terrível... e deveras traumatizante! A minha mãe ainda hoje se recorda bem, de um, que houve no final dos anos 60...
Excelente texto, Benó! Sobre um tema bem pertinente e preocupante!
Beijinhos! Boa semana!
Ana